GT's APROVADOS
GT I: NARRATIVAS NEGRAS NA ESCRITA DA HISTÓRIA DO BRASIL E NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE PROFESSORES/AS EM SALA DE AULA
Leonardo Sousa da Silva (UFCG)
Dr. Waldeci Ferreira Chagas (UEPB/Campus Guarabira)
A Lei 10.639/2003 à medida que obrigou as escolas da educação básica a implementar no currículo escolar os conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana, também incidiu sobre a produção da escrita pertinente as pessoas negras, uma vez que obras de caráter acadêmico, didático e literário passaram a compor o universo da cultura escrita com narrativas sobre pessoas negras, suas histórias e culturas, e passou a influenciar professores/as nas suas narrativas em sala de aula no exercício de ensinar tal conteúdo. Com base nessa perspectiva o propósito deste GT é congregar trabalhos que discutam as narrativas sobre/ e ou de pessoas negras na construção do conhecimento no espaço escolar e acadêmico, mais também nos grupos culturais, comunidades tradicionais de terreiros e quilombolas, vistos que esses ambientes da cultura afro-brasileira são construtores de conhecimentos e reveladores de escritas transgressoras e de enfrentamento do racismo. Também são bem vindos trabalhos que analisam as práticas de enfrentamento do racismo e representações das pessoas negras e suas culturas através dos diversos gêneros de escrita (poesias, crônicas, contos, cordéis, romances, cartas, livros didáticos e para didáticos) escritos por pessoas negras ou não.
GT II: EXISTÊNCIA E RESISTÊNCIA NAS LITERATURAS AFRICANAS E AFRO-DIASPÓRICAS PRODUZIDAS POR MULHERES
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Ma. Francielle Suenia da Silva (UFPB)
Ma. Maysa Morais da Silva Vieira (UFPB)
A presente sessão temática tem como objetivo congregar trabalhos, estudos e pesquisas voltados para as manifestações literárias de escritoras negras, africanas e diaspóricas, cuja escrita seja pautada no conceito de Escrevivência proposto pela escritora Conceição Evaristo e, no qual, a produção literária dessas mulheres negras realize a quebra de um sistema literário hegemônico e, predominantemente, masculino e branco, que provocam o silenciamento e apagamento das vozes destas mulheres. A escrevivência (escrever + viver) baseia-se em criar histórias a partir de vivências, a exemplo de momentos da infância, dos aprendizados da vida, de coisas ouvidas, lidas e até mesmo silenciadas e ocultadas, de forma que há uma ressignificação dessas experiências na escrita ficcional. Isso fica mais evidente no depoimento “Da grafia-desenho de minha mãe: um dos lugares de nascimento de minha escrita”, no qual a autora Conceição Evaristo afirma que a “Consciência que compromete a minha escrita como um lugar de auto-afirmação de minhas particularidades, de minhas especificidades como sujeito-mulher-negra” (EVARISTO, 2012). Buscamos, desse modo, por estudos de narrativas que contenham discurso literário engajado, voltado para a denúncia e contestação do lugar de subalternização do corpo feminino negro e que estejam ancorados em epistemologias feministas interseccionais, tais quais os estudos realizados por bell hooks, Kimberlé Creenshaw, Patricia Hill Collins, Oyewumi Oyerunke, Djamila Ribeiro, Lélia Gonzalez, a fim de elucidar as discussões e entrelaçar as perspectivas de raça, classe e gênero presentes nas produções literárias africanas e afro-diaspóricas. Assim, pretendemos abrir espaços para o diálogo sobre esses escritos femininos negros e possibilitar a representação destes no âmbito acadêmico, visto a necessidade de discutir as temáticas recorrentes na suas narrativas e a urgência de se pensar em uma literatura, na qual os sujeitos tidos como à margem dos cânones e que tem seus textos produzidos em contextos sociais pós-coloniais possam ocupar um lugar central nas discussões e pesquisas que tratam dos diversos textos literários.
GT III: A ESCRITA DA MULHER NEGRA: DEBATENDO A INTERSECCIONALIDADE NA LITERATURA BRASILEIRA
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Dra. Manuela Aguiar D. de Araujo
Ma. Claudia Kathyuscia
Esse Grupo de Trabalho (GT) tem como intenção levantar debates, a partir do referencial teórico da interseccionalidade, sobre a escrita da mulher negra no campo literário. Isto é, analisar e discutir não só as produções em si das escritoras negras, mas, sobretudo, o próprio processo de escrita; destacando seu contexto, suas subjetividades e marcadores sociais. É sabido que no _hall_ dos cânones da literatura brasileira pouco se lê a presença de literárias negras. Isso decorre de agravantes da herança colonial e escravista do nosso país, o que fomentou a segregação da população negra no campo do saber e da escrita.Todavia, há contrapontos de resistência, e percebe-se um movimento contra hegemônico de mulheres negras que estão rompendo essas barreiras racistas, classistas e misógina. Nesse viés, é que esse GT possibilitará trazer esse debate para o presente evento, possibilitando, assim, destacar trabalhos que dêem conta desse olhar interseccional sobre a escrita da mulher negra no campo literário brasileiro.
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GT IV: A FILOSOFIA AFRICANA COMO ESTRATÉGIA DE LUTAS ANTIRRACISTAS PARA A DESCOLONIZAÇÃO CURRICULAR E DA MENTE
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Dr. Valmir Pereira (CEDUC/UEPB)
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O GT compreende pesquisas sobre a Filosofia Africana, como movimento no pensamento capaz de produzir mudanças significativas tanto no currículo acadêmico quanto no da Educação Básica, assim como a descolonização da mente em suas múltiplas manifestações. Privilegia os debates acerca das condições e possibilidades de introdução dessa filosofia nos espaços acadêmicos em contraposição a produção e manifestação dos racismos na academia branca, europeia, masculina, adulta e patriarcal. Temas centrais: Filosofia afro-brasileira; Racismo na filosofia; Decolonialidade e Pós-colonialismo; Ensino de Filosofia e epistemicídio.
CANCELADO - GT V: PENSAMENTO NEGRO E NOVOS DESAFIOS À ESCRITA DA HISTÓRIA
Me. Allan Kardec da Silva Pereira (UFRGS)
Não chega a ser exatamente um fenômeno, a seleção de sujeitos para a pesquisa histórica, a inserção de grupos historicamente excluídos socialmente nas universidades, nos departamentos de história, nos lugares materiais de produção do conhecimento, podemos realmente pensar em uma transformação disciplinar que ampara as novas temáticas das ciências humanas no Brasil. Quando pensamos a historiografia negra, esses sujeitos não se contentaram em ser objeto de análise em artigos científicos e teses, mas também almejaram ocupar o espaço das salas de aula, ministrar componentes curriculares e participar, de forma menos marginalizada, da produção do conhecimento histórico. A lei 10.639 de 2003, que tornou obrigatório o ensino de história da África e dos afro-brasileiros no ensino básico, e as leis das cotas, promulgada em 2012, podem ser pensadas como grandes feitos que prenunciaram essas mudanças.
Dessa forma, o Grupo de Trabalho aqui proposto, busca oferecer um espaço em que pesquisadores e pesquisadoras que se dedicam a estudar a relação entre o pensamento negro e seus desafios à historiografia tradicional, ou disciplinar, nos mais distintos recortes de espaço e tempo, possam apresentar trabalhos que provoquem um debate sobre novas possibilidades de se escrever a história. O objetivo central é discutir exposições que questionem lugares estabelecidos e proponham novas lógicas de pensar: a relação entre o passado da escravidão e os regimes de terror racial nas Américas com o presente; o trato e o tipo das fontes possíveis para se escrever a história dos negros; as modalidades de narrativa possíveis para se escrever a história de sujeitos racializados; etc. Em síntese, almeja-se construir diálogos e traçar possibilidades de mútuo aprendizado sobre o desenvolvimento de uma historiografia antirracista, anti-disciplinar e democrática.
GT VI: MULHERES NEGRAS: LIDERANÇAS E RESISTÊNCIAS NOS ESPAÇOS DE LUTA POR DIREITOS
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Me. Jessica Thais P. de Oliveira (UFCG),
Mãe, Doula e Facilitadora da Roda Germinar.
Dra. Vanessa Emanuelle de Souza (UFCG),
Mãe, Doula e Facilitadora da Roda Germinar.
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A Constituição Federal de 1988 representa um marco para muitos movimentos sociais. Refletindo um cenário internacional de discussões sobre caminhos mais sustentáveis de desenvolvimento, respeito à diversidade e à territorialidade de populações tradicionais, reconhece o direito às terras ocupadas pelas Comunidades Remanescentes de Quilombos. Contudo, o reconhecimento dos quilombolas e seu acesso às terras nunca foram processos simples, esbarraram quase sempre na burocracia, no racismo e na violência dos conflitos de terra. A presença de mediadores, especialmente membros de Organizações Não Governamentais e movimentos sociais, é parte de importante da garantia desses direitos.
A construção de lideranças locais nessas comunidades se torna fundamental para a continuidade das reivindicações. Tendo em vista este contexto, destacamos no que se refere às lideranças locais, a partir de nossas experiências etnográficas, a complexidade do papel das mulheres no cenário desses movimentos e dessas reivindicações. O lugar das mulheres nesse processo de luta pelos direitos, a consolidação destas enquanto representantes locais e os desafios de exercício de liderança diante dos padrões e papeis de gêneros impostos tradicionalmente, se construíram como inquietações e objetos de investigação.
Portanto, ampliando nossas considerações para além das situações de comunidades tradicionais, Procuramos trabalhos que construam análises que explorem as distintas situações de mulheres negras exercendo papéis de liderança e nos tragam as complexidades e as potencialidades dessas mulheres, sejam elas quilombolas, educadoras, ativistas, enfim, mulheres que se constroem como pilares centrais na luta por direitos numa sociedade marcadamente estruturada por dinâmicas racistas e sexistas.
GT VII: NEGRITUDES ENTRE LETRAS E IMAGENS: AS REPRESENTAÇÕES DO NEGRO NA EDUCAÇÃO
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Me. Silvano Fidelis de Lira (UFPB),
Secretaria de Estado da Educação.
Após promulgação da lei 10.639/03 observam-se muitas produções de livros didáticos e materiais, didáticos e paradidáticos, que contribuem com a valorização de textos e imagens dos negros no intuito de desmistificar alguns estereótipos desse grupamento populacional, contudo, não se pode pensar que todas as produções caminharam nesse sentido, muitas produções didáticas reforçam os estereótipos e contribuem que o negro, sua cultura e sua existência sejam colocados à margem da sociedade e da História. Nesse sentido propomos com este GT reunir pesquisadores que trabalhem o tema da negritude na educação, sobretudo, nas produções didáticas e pedagógicas.
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GT VIII: ETNICIDADE E PLURALISMO RELIGIOSO NO BRASIL: ENFRENTANDO PRECONCEITOS E INTOLERÂNCIAS
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Dr. Jose Pereira de Sousa Junior (UFRN)
Ms. Jessica Kaline Santos Vieira (UFRN)
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É sabido que o Brasil além de um país de dimensões continentais, é também caracterizado pelo seu imenso pluralismo étnico, cultural e religioso. Fruto dos intensos contatos Interétnicos entre indígenas, brancos e negros, esse território foi ao longo dos séculos tornando-se um grande mosaico cultural, de línguas, sotaques, estilos musicais, danças, culinária, vestimentas e forte religiosidade de vários credos e práticas culturais. Porém, mesmo com este amplo pluralismo, o Brasil também é caracterizado como racista, preconceituoso e intolerante. Desse modo, este simpósio temático tem como proposta agregar trabalhos / pesquisas em fase inicial, em curso ou finalizados que discutam questões étnicas e as várias vertentes religiosas no Brasil, seja na Colônia, no Império ou na República, visto que, estas práticas culturais e religiosas estão na raiz da formação histórica brasileira, destacando os enfretamentos no que diz respeito ao preconceito racial, social, étnico e religioso. Tornando-se assim, um espaço de diálogo estratégico e resistente frente ao crescimento das intolerâncias e práticas racistas presentes na sociedade brasileira.
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MINICURSOS APROVADOS
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MINICURSO I: INTRODUÇÃO AO AFRO-PESSIMISMO
Me. Allan Kardec da Silva Pereira (UFRGS)
Ementa: O objetivo desse minicurso é familiarizar os pesquisadores com alguns tópicos do Afro-pessimismo, corrente teórica que surge nos Estados Unidos no início dos anos 2000 estabelecendo uma crítica a discursos pós-racias. Inspirados na tradição radical negra da diáspora, especialmente em autores como Hortense Spillers e Orlando Patterson, o Afro-pessimismo vai ser de fundamental importância para pensar os frequentes episódios de violência policial contra jovens negros. Inspirados na análise de Saidiya Hartman sobre uma anti-negritude (anti-blackness) contida em cenas cotidianas - e não apenas em momentos espetaculares de violência -, autores afro-pessimistas começaram a elaborar uma crítica do papel constitutivo da anti-negritude para a sociedade civil.
Justificativa: Dessa forma, buscaremos discutir o potencial dessa corrente teórica para a historiografia e a prática ativista anti-racista, pensando como temas relacionados ao Brasil (um país que o discurso da raça encontra tantos empecilhos) poderiam ser discutidos e apontando metodologias possíveis para uma abordagem afro-pessimista.
MINICURSO II: EMPODERAMENTO AFRO-BRASILEIRO E LITERATURA
Me. Jeovânia Pinheiro do Nascimento (UFPB)
Ementa: O presente minicurso visa tratar da questão do empoderamento a partir da literatura, isto é, mostrar que a literatura é um meio para defender e tomar para si o que se É e sua origem. Afinal, vivemos em um país que é pura diversidade e preconceito, e todos aqueles que estão a margem como é o caso dos negros, esses precisam tomar para si todas as formas possíveis de lutar por si mesmo, de empoderar-se e dentro da literatura também encontramos esse espaço de luta e de afirmação, por isso é relevante pormos a literatura e o empoderamento negra em questão, porquê é preciso que se veja que a escrita, a literatura como é uma arma contra o preconceito e a desigualdade e que por ela podemos reivindicar nosso lugar direito na sociedade.
Justificativa: Vivemos um momento histórico no qual a arte e artista precisam está engajados e o fazer artístico, a escrita literária tem de estar unidos ao que ocorre na sociedade hoje, portanto pensar e difundir a literatura como arma de empoderamento no momento atual é andar em comunhão com as necessidades do ser humano no Brasil hoje. E a arte está no mundo para recria-ló e transforma-ló sendo sempre veículo de inquietação, portanto que nos armemos de arte, de literatura, que nossa metralhadora sejam as palavras.
MINICURSO III: PRETA É A MÃE! DIÁLOGOS SOBRE MATERNIDADE, NEGRITUDE E FEMINISMOS
Me. Jessica Thais P. de Oliveira (UFCG)
Dra. Vanessa Emannuele de Souza (UFCG)
Ementa: Diante desses dados, propomos uma discussão/diálogo sobre a construção da maternidade a partir de uma perspectiva de cor e classe. Nosso objetivo é fomentar o debate, apontar possíveis causas e discutir os caminhos do feminismo negro no que diz as pautas e reivindicações de mulheres-mães que tem suas experiências de maternidade marcadas pelo racismo estrutural. Para tanto faremos: 1) o regaste da construção da mulher negra neste país; 2) a relação da escravidão com a invisibilização das mulheres e mães pretas; 3) os dados atuais sobre saúde, trabalho e violência que marcam as experiências dessas mulheres-mães e por fim 4) o papel do feminismo negro na problematização e luta pelo direito a uma maternidade livre.
MINICURSO IV: “A LIBERDADE É UMA LUTA CONSTANTE”: INTRODUÇÃO AO FEMINISMO NEGRO DE ÂNGELA DAVIS
Bruna Santiago (UFCG)
Me. Claudia Kathyuscia (UFCG)
Justificativa: Em tempos de enaltecer as escrituras negras e as produções de saberes antirracistas, é indispensável o realce às contribuições da filósofa e militante Ângela Davis. Suas formulações foram (e são) de fundamental importância para as demarcações epistêmicas e políticas no campo do conhecimento científico.
Objetivos: O objetivo desse minicurso é apresentar uma breve introdução do feminismo negro da filósofa Ângela Davis, cuja contribuição teórica alarga-se para outros campos e frentes de atuação, como feminismo abolicionista; feminismo interseccional; feminismo classista-racial. Optamos por usar o “feminismo negro” pela finalidade do próprio curso, que é apresentar noções gerais sobre a sua concepção de feminismo, o legado para a luta racial e abolicionista, bem como situá-la nos contextos atuais de ativismo social.
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INSCRIÇÕES EM MINICURSO
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